Revista Infraestrutura Urbana – Projetos, custos e construções.
Edição: 45 – ano 4 Por: Juliana Nakamura

O custo do serviço de blindagem de uma vala está associado a uma série de variáveis. Entre elas, destacam-se a largura e a profundidade da vala, o nível do lençol freático, a distância e a altura do talude, o material componente do subsolo, a localização das obras (se em área urbana ou zona rural), a distância do tráfego da vala, entre outros.

É preciso atenção, porém, para não limitar a comparação de custos apenas à analise do preço por metro quadrado, alerta o especialista Naresi. “A blindagem tende a ser uma técnica produtiva, o que resulta em prazo de execução menor, com impactos nos custos indiretos. Além disso, é uma solução segura para o dimensionamento e a execução de contenções em valas destinadas à instalação de redes subterrâneas de utilidades, abastecimento de água, telefonia, gás, esgoto, água pluvial, entre outros”, comenta.

Sobretudo no caso da blindagem de valas, que envolve locação, é necessário que o contratante procure fornecedores capazes de garantir a oferta de equipamentos em bom estado de uso e conservação. “Por ser tratar de um sistema de contenção provisório em que o ativo principal deve ser restituído ao locador nas mesmas condições de sua locação, há de se provisionar um custo relativo para as reparações dos módulos após a sua devolução”, alerta Marcelo Felix, ressaltando que estes custos podem ser representativos e devem ser contemplados como encargo do contratante.

“Também é importante contar com uma constante consultoria especializada a fim de dimensionar adequadamente a blindagem, a espessura da parede, a profundidade da obra e a geometria das peças”, acrescenta Naresi, que recomenda aos contratantes, ainda exigir um histórico de obras já realizadas pelas empresas a serem contratadas. Uma norma importante e que deve constar em editais de contratação é a ABNT NBR 12.266 – Projeto e Execução de Valas para Assentamento de Tubulação de Água Esgoto ou Drenagem Urbana – Procedimento.

Vale ressaltar que falhas no escoramento das valas podem levar a prejuízos enormes e a atrasos no cronograma da obra, além de colocar em risco a vida de pessoas. Daí a importância de que a contratação e a fiscalização dessa atividade sejam criteriosas de modo a garantir que materiais e os procedimentos adotados sigam à risca o especificado em projeto.

Entre outros itens, a fiscalização deve observar se os materiais empregados na construção de contenção estão em perfeito estado e se, no momento da montagem, as estroncas foram colocadas rigorosamente perpendiculares ao plano do escoramento.