Módulos pré-fabricados, como sistemas de blindagem, oferecem produtividade e segurança no assentamento de tubos e galerias e outros serviços de escavações

Revista Infraestrutura Urbana – Projetos, custos e construções.
Edição: 45 – ano 4 Por: Juliana Nakamura

O escoramento de valas é um serviço frequentemente utilizado em obras de saneamento, drenagem, construção de redes de gás e oleodutos, para evitar desmoronamentos e manter estáveis os taludes das escavações. O objetivo é garantir condições para realização das atividades no local e, principalmente, a segurança dos trabalhadores.

Na última década, as tecnologias disponíveis para a contenção de valas evoluíram na busca de alternativas mais seguras e versáteis. Soluções tradicionais com pranchas de madeira perderam espaço para soluções de escoramento mais racionais, que proporcionam menores limitações operacionais e agregam maior velocidade de execução.

“De forma geral, as contenções de vala com elementos de madeira demandam uso de matéria-prima inapropriada sob o ponto de vista ambiental. Além disso, são mais suscetíveis a acidentes de trabalho e a limitações de utilização quando, por exemplo, a cava está sob o nível do lenço frenético”, comenta o engenheiro Marcelo Félix, da Keller Engenharia, reforçando que as tecnologias pré-fabricadas procuram principalmente maximizar a mecanização dos serviços.

Independentemente da solução técnica aplicada, a decisão pela necessidade ou não de escoramento deve levar em conta estudos geotécnicos, em função da estabilidade do solo e da profundidade da vala. Quando necessários, os escoramentos podem ser contínuos (geralmente indicado em solos arenosos e sem coesão) ou descontínuos (indicado em solos coesos, geralmente em cota superior ao nível do lençol freático). Mas, de acordo com a Portaria nº 18 do Ministério do Trabalho, a contenção é obrigatória para valas com profundidade superior a 1,25m.

Qualquer que seja o procedimento utilizado é preciso levar em consideração a pressão exercida pelo terreno. Os painéis instalados devem ser capazes de resistir a um empuxo mínimo calculado pelo projetista